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Com a Igreja Matriz Imaculada Conceição, em Rio dos Cedros, lotada de fiéis provindas das dez paróquias que compõem a Comarca Pastoral de Timbó, no dia 15 de dezembro de 2015, Dom Rafael Biernaski, bispo diocesano de Blumenau, presidiu às cerimônias da Abertura da Porta Santa para aquela região da Diocese. Este significa o início oficial do Ano Santo Extraordinário da Misericórdia, instituído pelo Papa Francisco, com início no dia 8 de dezembro de 2015 e término, em Roma, no dia 20 de novembro de 2016.

A Procissão de Entrada, formada pelos coroinhas, acólitos, ministros da comunhão, diáconos permanentes, leitores, sacerdotes e Dom Rafael formou-se no corredor externo da igreja e aguardou o momento para seguir até a sua frente, onde o numerosos povo aguardava e onde havia sido construída uma porta simbólica, a Porta Santa.

Um leitor, através dos eficientes microfones preparados, da frente da porta principal do templo, conclamou todos os presentes ao ato litúrgico que se dava início. Por causa da aglomeração em frente da matriz, a Procissão de entrada apertou-se para chegar próximo à Porta Santa, ao lado esquerdo da porta principal da igreja.

A Rádio Arca da Aliança, presente ao evento com sua unidade móvel de transmissão, levou ao ar, por inteira, toda a cerimônia daquela noite. Não esqueceu Dom Rafael de dirigir-se diretamente aos radiouvintes em diversos momentos do solene ato litúrgico. Ampliava, assim, sua paterna atenção a tantas pessoas, naquele momento, quem sabe, em trânsito, nos leitos de doença, em suas casas, nos ambientes de trabalho, mesmo a qualquer distância, inexistente para a veiculação via internet que a Rádio proporciona.

Abençoada e Incensada a Porta Santa, suas duas alas foram abertas por Dom Rafael que adentrou ao recinto interno portando o Evangeliário, livro litúrgico que contém todos os evangelhos dos domingos e dias festivos, a fim de serem proclamados com maior solenidade. É o lugar proeminente da Palavra de Deus, especialmente dos gestos e palavras de Jesus, o Mestre e o Salvador, na liturgia cristã.

Nesse momento, adentraram na procissão, até o presbitério todos os sacerdotes das dez paróquias que formam a Comarca Pastoral de Timbó. Ao início da homilia, Dom Biernaski, se posicionaria na frente de cada um deles, citando o nome e a paróquia que animam pastoralmente. Evidente satisfação do bispo pela presença total do presbitério da Comarca.

Chamou muito a atenção que, tendo sido iniciada a cerimônia sobre o presbitério com a incensação do altar e do grande crucifixo, exposto na parede frontal da igreja, os oficiantes pararam as movimentações rituais. Os coroinhas, por exemplo, num semicírculo diante de Dom Rafael, permaneceram em pé, como a esperar algo indispensável que faltava para prosseguir a cerimônia. Logo foi explicado que se esperava a entrada de todas as pessoas e sua acomodação nos bancos, inclusive no espaço do coro, que também ficou lotado de participantes. Este gesto, não usual em celebrações como esta, fez refletir no sentido de que todas as pessoas se sentissem verdadeiramente acolhidas naquele ambiente celebrativo. Sabe-se que a acolhida constitui-se numa importante atitude para as pessoas que desejam vivenciar profundamente a sua fé ao dirigirem-se ao espaço sagrado. E não é verdade que muitas vezes não nos damos conta da necessidade desse jeito novo, caridoso, fraterno, de valorizar cada um e cada uma dos nossos fiéis num momento desses? 

A homilia de Dom Rafael chamou a atenção para a misericórdia de Deus Pai, revelada em Jesus Cristo, encarnado para salvar e libertar a humanidade dos seus pecados, males e aflições. O Evangelho da Ressurreição, narrado por São João, em seu capítulo 20, tornou-se muito propício para prover a reflexão do bispo em torno da figura de Jesus ressuscitado que transmite aos apóstolos o Espírito Santo e o explícito poder de perdoar os pecados. O bispo de Blumenau augurou que o Ano Santo Extraordinário da Misericórdia, instituído pelo Papa Francisco, seja ocasião de encontro pessoal com o amor de Deus, tanto para as pessoas, como para suas famílias e comunidades. Que os sacerdotes, sobretudo, investidos do poder de perdoar todos os pecados, inclusive aqueles que normalmente são reservados ao bispo ou ao Papa, ministrem prodigamente este sacramento ao povo que lhes foi confiado. Os mutirões de confissões serão ocasiões propícias para que o maior número de pessoas possível possa fazer esta experiência fundamental do Ano Santo e de toda a vida cristã. Explique-se a possibilidade de conseguir as indulgências, tanto para nós, vivos, como também para nossos falecidos.

Toda a solene celebração transcorreu calma e intensamente vivenciada pela multidão presente. Eram edificantes a atenção, devoção e participação por todos o ambiente da grande igreja.

Encerrada a celebração, uma surpresa: Dom Rafael foi ovacionado com uma espontânea e vibrante salva de palmas de toda a comunidade reunida. Impressionava ver que, apesar de a celebração ter durado quase duas horas, predominava a animação e a alegria do povo. Sinal evidente que tinham o coração cheio de gratidão a Deus. É Ele que, em primeiro lugar, tira o cansaço do dia de trabalho e faz brotar o entusiasmo, a força, a alegria da fé. Por sua vez, Dom Rafael desceu as escadarias do presbitério e foi abraçar as pessoas, crianças, jovens, velhinhos. E deteve-se ali até o último fiel poder apertar sua mão, abraça-lo. Com certeza, onde o bispo é acolhido, amado, escutado, fortalece-se o espírito eclesial, a unidade, a fé, a esperança de melhores dias.

Um lanche muito bem preparado pela comunidade de Rio dos Cedros oportunizou a alguns padres ainda presentes, lideranças e Dom Rafael recuperarem as forças desgastadas pelo serviço prestado. O forte calor, porém, não arrefeceu o ânimo, tanto do bispo como também de todos os que atuaram na cerimônia. Enfim, pode-se concluir que tudo o que se faz com amor não cansa. 

Fotógrafo: Pe. Raul Kestring

Fonte: Pe. Raul Kestring